sábado, 7 de agosto de 2010

Contos de Don Alf: "O PELUDO DA ROÇADEIRA"






Em uma de nossas conversas com Don Alfredão, entre uma cerva e outra, um tira gosto e outro, perguntamos se havia alguma estória daquelas cabeludas as quais ele pudesse nos contar um pouco. Em nosso pensamento sabíamos que ele deveria ter centenas delas. Não deu outra!
Foram tantas que resolvemos levar algumas ao conhecimento do publico. Aqui começa a seção “Contos de Don Alfredão”.



"O PELUDO DA ROÇADEIRA"



Como tínhamos perguntado de estórias cabeludas ele fez um de seus trocadilhos e resolveu contar uma que segundo ele poucos conheciam por motivos que iríamos descobrir e se chamava
O Peludo da Roçadeira!

Ele nos relatou que nunca chegou a vê-lo mais que já conhecia sua fama. Nos conta ele que em vários distritos de Alfredo chaves é costume de sexta a domingo as pessoas se reunirem em bares da comunidade para beber, papear e ouvir musica. A maioria dos cidadãos costuma também ir dormir cedo, pois os afazeres não param nos finais de semana (afinal as criações também precisam de cuidados nos finais de semana). Como também é de costume os mais jovens ficam até um pouco mais tarde. O problema surge porque lá pelas tantas, cerveja e empolgação sobem a cabeça e as musicas são aumentadas, as motos e os carros saem arrancando uma barulheira só!

Mais até então fora os comentários característicos dos moradores no dia seguinte nada de mais acontecia. Diz Don Alfredão que de uns tempos pra cá começaram a aparecer umas conversas estranhas de jovens contando coisas pra lá de sinistras sobre algo que os tinha assustado e feito ameaças toda vez que a baderna começava no mesmo distrito.
Os burburinhos sobre o assunto eram variados e aumentados a cada vez que se contava a estória, como já era de se esperar. Mais Don Alfredão percebia algo em comum em todas as versões. Por vezes o distrito se repetia, as descrições da criatura e dos ataques, resumindo nas palavras de Don eram mais ou menos assim:


Ao mesmo tempo se ouvia cerca de dez minutos depois de iniciada a barulheira (carros e musica alta) sons de um motor movido a eletricidade de alta rotação, vultos e sons do tipo “ deixa meu filho dormir, amanhã acordo cedo porra” e “ se não parar vou te pegar”.

Porém o mais impressionante ainda estava por vir. Don Alf nos confiou um acontecido que foi abafado pelos moradores pelos mais diversos motivos.
Uma bela noite de lua cheia após o bar fechar, estavam alguns amigos que já mais pra lá do que pra cá aumentaram o volume da musica, gargalhavam e conversavam alto. Alguns minutos depois começaram a ouvir os grunhidos. Don disse que a esta altura a repercussão era grande da estória entre os moradores e que, a maioria dos jovens encarava como caretice dos mais velhos.


À medida que iam desafiando a criatura os grunhidos iam aumentando e ficando mais perto. Em meio a medo, bebida e desafio, eis que surge da escuridão se movendo em velocidade impressionante algo jamais visto. Embora fosse rápida podia perceber claramente sua arma erguida no vão da penumbra que assolava a noite. Uma roçadeira elétrica DeWALT de 1000 watts de potência. Em meio a seus movimentos via-se um corpo forte e tão peludo que não era possível saber se era homem ou bicho, ou ainda se era as duas coisas.


A criatura apareceu diante dos jovens rosnando e ameaçando. Neste momento o desespero baixou no grupo que via refletido na luz da lua que iluminava os olhos do monstro que os fitava a morte certa como preço de sua ousadia. E a destruição começou!
Don Alf disse que os moradores não ousaram sair de suas casas antes que se acabassem os sons da destruição e gritos de horror. Nem mesmo ele!


Quando tudo acabou, os moradores saíram de suas casas com cautela e medo e acharam pedaços de corpos deitados e posicionados de forma característica e peculiar como se estivessem dormindo e com o dedo na boca fazendo sinal de silêncio e a musica do carro tocando baixinho em meio a um cenário de mesas quebradas e muito sangue espalhado. Diante do horror dos moradores Don Alf percebeu um adolescente embaixo de uma mesa em um canto escuro no qual se escondia. Don caminhou até ele e foi assim que conseguiu tantos detalhes para nos confidenciar neste conto. O adolescente ainda disse que a criatura o tinha deixado vivo de propósito e que, após ter matado todos e o ter encontrado escondido apenas o olhou de forma profunda e congelante por alguns instantes.


Dizem por ai que o rapaz nunca mais falou sobre o assunto, e preferiu-se abafar o caso para não atrair atenções para algo tão bizarro e sobre o qual não se poderia achar o culpado. Até alguns policiais de confiança que foram chamados para ajudar a dar um fim seguro aos corpos não souberam dizer o que poderia ter feito aquilo. Don Alfredão ainda nos disse que entre os mais velhos ainda é possível presenciar com algum cuidado e meias palavras sobre o acontecido e aconselham os mais jovens a não abusar da sorte, mais que se perguntarem abertamente ninguém dirá uma palavra.


Por André Fiorin

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...