quinta-feira, 11 de março de 2010

Ibitiruí "Engano"



OS “ENGANADOS” DE IBITIRUÍ !


Como na descrição do blog diz, Ibitiruí (foto 1) foi o nome dado ao antigo “Engano” (continuo afirmando, este é o preferido). Esta definição indígena não é muito aceitável para alguns amantes da terra, pois como a colonização foi dada por imigrantes italianos o apropriado seria nomeá-lo neste sentido, porém a história do nome “Engano” diríamos que é um pouco complexa mas tem o fundamento de que ao final do século XIX, quando o governo do Estado iniciou a construção da Estrada de Ferro Sul do Espírito Santo, para fazer frente ao compromisso de facilitar o acesso dos recém chegados imigrantes europeus a então totalmente despovoada região, dentre outros motivos. Em 15 de Março de 1902, os trilhos chegariam a Engenheiro Reeve, pequena estação situada cerca de 1 km antes da atual Matilde, batizada com este nome em homenagem ao jovem engenheiro (tinha 30 anos) Charles Reeve (Também dá nome a famosa Cachoeira de Matilde- Foto 2), assassinado em 1897, em Iritimirim, quando trabalhava na construção da ferrovia.
 

Devido à crise financeira do Estado, as obras ficaram paralisadas por mais seis anos, até que esta ferrovia fosse adquirida pela Leopoldina Railway, por 4.000:000$000 (quatro mil contos de réis) – conforme escrituras de 22-04-1907 e 22-08-1908.


Antes mesmo da aquisição, o traçado havia sido alterado, pois o projeto original previa passar por Matilde e chegar a Rio Pardo, hoje Iúna, para ligar o Espírito Santo com Minas Gerais. Tal incumbência passou para a Leopoldina, que adquiriu a Estrada de Ferro de Cachoeiro ao Alegre, ou Caravellas, em 1908, e a prolongou até Espera Feliz, em Minas Gerais, cumprindo uma das obrigações do contrato de venda da Sul do Espírito Santo, negociada por Jerônimo Monteiro, depois um dos maiores governadores (na época presidente) deste Estado. Voltando a ligação entre Cachoeiro e Engenheiro Reeve, a Leopoldina, além de alterar a localização desta última estação, construindo outra, agora com o nome de Mathilde, mexeu ainda mais no traçado, abandonado grande parte do leito já preparado, embora sem trilhos e obras de arte de maior vulto, de cerca de 30 km, que já se aproximava de Soturno. (Para manter a homenagem ao engenheiro, a estação de Pombal, da Caravellas, teve seu nome alterado para Reeve).


Este é um aspecto totalmente desconhecido da história da região serrana. Não fosse isso, a ferrovia, a partir de Ibitiruí (antigo Engano, por causa disto), tomaria a direção de Richmond e Rodeio (que talvez deva seu nome a ferrovia que nunca teve e aonde iria encontra-la a Estrada de Ferro do Piúma ao Rodeio, que nunca saiu do papel), passando pelas atuais localidades de Paraíso (em frente a igreja de Santo Antônio) e Concórdia (a igreja está sobre o antigo leito), onde ainda hoje podem ser vistos cortes, aterros, bueiros e até cabeceiras de pontilhões, já próximo de Soturno, sobre o rio Novo.


Resumindo, todo este “engano” nomeou o “Engano”, que entre 1977 e 1978 teve um projeto elaborado pelo vereador Miguel Antonio Máscoli para alteração do nome do povoado de Engano para Distrito de Ibitiruí e apresentou a Câmara de Vereadores, com posterior aprovação.


ALFREDO CHAVES POR QUÊ?


Alfredo Rodrigues Fernandes Chaves foi um engenheiro e político brasileiro.


Era ministro da Colonização em 1878, quando foi enviado por Dom Pedro II para o Espírito Santo, para resolver o problema dos índios que atacam colonos italianos, feito este que deu origem ao município capixaba de de Alfredo Chaves. Seu nome também foi dado a outra colônia italiana, esta no Rio Grande do Sul, hoje chamada Veranópolis.Deputado, ministro da Marinha entre 20 de agosto de 1885 e 12 de junho de 1886, depois ministro da Guerra entre 1886 e 1887, período em que foi um dos envolvidos na Questão Militar.


Um comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...